Fabaceae (ou Leguminosae) é uma das maiores famílias de plantas, com cerca de 795 gêneros e quase 20.000 espécies. Tem grande importância ecológica e econômica devido à sua associação com bactérias fixadoras de Nitrogênio, contribuindo significativamente para a entrada desse elemento nos ecossistemas terrestres. A família apresenta ampla diversidade de formas e morfologias, sendo encontrada em diversos biomas globais, como florestas tropicais, savanas e desertos.
No Brasil, Leguminosae é a família mais diversa, com cerca de 50% das espécies sendo endêmicas. Vinte e cinco gêneros no Brasil são representados exclusivamente por espécies cultivadas para alimentação, ornamentação ou outros usos. A família é atualmente dividida em seis subfamílias, cinco das quais estão presentes no Brasil.
Características diagnósticas
As folhas das Fabaceae são compostas e alternas, com estípulas e pulvinos, que são articulações presentes na base das folhas e dos folíolos, chamados de pulvinos e pulvínulos, respectivamente. Em muitas espécies, as estípulas podem se transformar em espinhos. O fruto característico é o legume ou a sâmara.
Em Mimosoideae - As folhas são bipinadas, com a presença de glândulas nos pecíolos. As flores possuem pétalas pequenas, mas com muitos estames vistosos, que são a parte mais chamativa da inflorescência. Exemplo: Caliandra trinervea (folhas bifolioladas).
Nas Caesalpinioideae - Folhas bipinadas, sem glândulas no ráquis: Caesalpinia, Schizolobium. Ou folhas paripinadas: Senna, Cassia, Copaifera, Pterogyne. E folhas bifoliadas: Bauhinia (pata-de-vaca), Cynometra, Hymenaea (jatobá).
Faboideae - As folhas são imparipinadas, com um folíolo terminal distinto.
A distribuição nativa de Copaifera multijuga é do oeste do Brasil ao norte da Bolívia. É uma árvore que cresce principalmente no bioma tropical úmido. Seu óleo-resina é amplamente utilizado na medicina tradicional, em cosméticos, como repelente de insetos e na fabricação de produtos industriais. Além disso, a madeira tem valor econômico para construção e marcenaria.
Nome científico
Copaifera multijuga Hayne
Nomes populares
Copaíba; copaíba-angelim; copaíba-branca; copaíba-rósea
Usos tradicionais
A copaíba é uma árvore muito valorizada pelas comunidades tradicionais da Amazônia e tem diversos usos:
Aromático: Seu óleo-resina é utilizado em perfumes e óleos essenciais devido ao seu aroma característico.
Bálsamo: O óleo-resina extraído do tronco da copaíba é conhecido como bálsamo de copaíba e é amplamente utilizado na medicina tradicional para tratar inflamações, feridas e infecções de pele.
Madeira: A madeira da copaíba é durável e resistente, sendo utilizada na construção civil e na fabricação de móveis. A madeira da copaíba pode ser usada como substituto do cedro em diversas aplicações, devido à sua resistência e qualidade.
Oleaginoso: O óleo extraído das sementes pode ser utilizado como fonte de gordura vegetal. O óleo da copaíba já foi utilizado como combustível para lamparinas e iluminação em comunidades tradicionais.
Oleoresina/resina/sucos resinosos: A oleoresina é uma substância resinosa que sai do tronco da árvore, usada para fins medicinais e em cosméticos.
Características diagnósticas
Copaíba é uma árvore de porte médio a grande, atingindo entre 5 e 60 metros de altura. Apresenta tronco único e ereto. Suas folhas possuem raque pilosa e apresentam de 5 a 12 pares de folíolos, que variam em tamanho, com os proximais quase do mesmo tamanho que os distais. As lâminas foliares são oblongas a lanceoladas, com ápices longos e cuspidatos, margens planas e pontuações visíveis. As folhas são coriáceas e glabras em ambas as faces.
As inflorescências são panículas laxas, podendo ser menores ou iguais até uma vez maiores que as folhas adjacentes. As flores possuem sépalas glabras externamente e ovários totalmente pilosos. Os frutos são legumes, variando entre 1 a 3,5 cm de comprimento, de formato orbicular ou oblongo. As sementes são envoltas por arilos amarelos.
A distribuição nativa de Inga cinnamomea abrange a região tropical da América do Sul, incluindo a Amazônia. É uma árvore que cresce principalmente em biomas tropicais úmidos, especialmente em áreas de várzea e ao longo de rios. Seus frutos são amplamente consumidos como alimento, sendo uma importante fonte de nutrição para populações locais e fauna. Além de seu valor alimentar, a árvore também contribui para a fixação de nitrogênio no solo, sendo utilizada em sistemas agroflorestais para melhorar a qualidade do solo e promover a regeneração de áreas degradadas.
Nome científico
Inga cinnamomea Benth
Nomes populares
ingá, ingá-cipó, ingá-de-macaco e ingá-do-mato
Usos tradicionais
Os usos de Inga cinnamomea são relacionados principalmente ao consumo de seus frutos, que são apreciados por sua polpa doce e nutritiva. Populações locais costumam consumir o ingá in natura ou utilizá-lo em preparações como sucos e doces. Além disso, as vagens do ingá são ocasionalmente usadas em práticas de agroflorestamento, contribuindo para a recuperação de áreas degradadas, graças à sua capacidade de fixar nitrogênio no solo. Em algumas comunidades, as folhas e cascas da árvore também são utilizadas na medicina popular, sendo associadas a propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes.
Características diagnósticas
Folhas compostas, alternadas, com folíolos oblongos a elípticos, de bordas inteiras. Sua inflorescência é do tipo espiga ou racemo, composta por numerosas flores pequenas de coloração esbranquiçada, com longos estames que se destacam. Os frutos são vagens alongadas, cilíndricas, com polpa adocicada e sementes pretas envoltas em uma camada esponjosa branca, uma característica marcante das espécies do gênero Inga. A casca da árvore é marrom-acinzentada, com textura levemente rugosa. Além disso, a árvore pode atingir até 15 metros de altura, com copa densa e ramificação aberta.
Fontes
FLORA E FUNGA DO BRASIL - https://floradobrasil.jbrj.gov.br/
DATAPLAMT - https://www.dataplamt.org.br/
PLANTS OF THE WORLD ON LINE - https://powo.science.kew.org/