Os primeiros locais de preservação das informações das plantas provavelmente eram jardins onde se cultivava plantas medicinais. Além de serem as farmácias daquela época, estes jardins também forneciam plantas para referência e para educar futuros médicos.
Durante a Idade Média, os médicos da Europa começaram a prensar e preservar plantas, porém não se sabe quando eles descobriram que as plantas secas duravam mais e por isso poderiam ser usadas por mais tempo como referência [2].
Porém, foi o médico e botânico Luca Ghini (1490-1556) que deu inicio a catalogação dessas plantas secas com finalidade científica, dando início aos Hortus siccus. E por isso é atualmente conhecido como o criador do primeiro herbário, bem como o primeiro jardim botânico na Europa. O herbário de Ghini não existe mais, somente os de seus alunos, Gherardo Cibo (1512-1600) e Ulisse Aldrovandi (1522-1605) [3].
Nestes Hortus siccus vários espécimes de plantas eram colados em um arranjo decorativo em uma única folha de papel. Essas folhas foram então ligadas a volumes, armazenados em uma biblioteca e citados como livros. Desta forma os espécimes ficavam colocados em uma ordem fixa a partir da qual eles não poderiam ser removidos sem destruir os espécimes [4].
No entanto, a palavra herbário em seu sentido original foi designada somente em 1700 por Tournefort em seu trabalho “Institutiones rei herbariae” e referia-se ao livro que continha uma coleção de plantas medicinais secas, conhecidas na época como Hortus siccus [5].
Neste ponto o famoso naturalista Carolus Linnaeus teve importante papel no desenvolvimento do herbário moderno, pois aconselhou seus leitores (Philosophia Botanica de 1751) a montarem apenas um especímine por folha e armazená-los montados em armários especialmente construídos, onde as folhas individuais podiam ser facilmente inseridas em qualquer lugar. Em contraste com os volumes ligados como livros, a nova mobilidade do herbário poderia acomodar a chegada de novos materiais e permitir ao usuário reorganizar repetidamente esse material para refletir novos conhecimentos [6] [7].
Um herbário é o local onde espécimes (amostras) de plantas, algas e fungos, coletados no campo, são processados de forma que fiquem preservados pelo maior período de tempo [1]. É uma coleção botânica dinâmica de plantas herborizadas na forma de exsicatas (ramo fértil do vegetal - ou seja, com folhas, flores ou frutos - secas, prensadas e montadas de uma forma especial), contendo informações à respeito da planta, do local de coleta e do coletor, destinadas a servir como documentação para fins científicos. Nele pode se depositar registros provenientes dos diversos ecossistemas, servindo como registro e referência sobre a vegetação e flora de uma determinada região.
O estabelecimento do Museum National d’Histoire Naturelle [P], em 1635, na França, marcou o estabelecimento da primeira coleção natural de plantas. Porém, o maior herbário atual é o Herbário do Royal Botanic Gardens [K], fundado em 1852, com 8,125,000 amostras, seguido pelo Museum National d’Histoire Naturelle [P] com 8,000,000 amostras e pelo New York Botanical Garden [NY], fundado em 1891 nos EUA, com 7,921,000 de exemplares depositados [8].
No Brasil, os Herbários só foram estabelecidos em 1831, com o Museu Nacional [R], que possui atualmente 600 mil amostras, no Rio de Janeiro. Seguido do Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro [RB] que foi estabelecido em 1890 e possui a maior coleção atual do Brasil com 800 mil amostras [8].
No Norte Museu Paraense Emílio Goeldi [MG] é o mais antigo, fundado em 1895, com cerca de 330 mil exemplares. E o Herbário INPA, é o que tem maior número de exemplares com cerca de 400 mil, fundado em 1954 [8].
Contudo, o Brasil contém cerca de 180 herbários ativos distribuídos por todo o país, que juntos salvaguardam cerca de 8 milhões de exemplares. A integração dos dados dos herbários brasileiros através de uma rede, possibilitou ao Brasil possuir um herbário on-line (www.splink.org.br e floradobrasil.jbrj.gov.br) com números significativos, comparáveis aos grandes herbários do mundo [1].